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Entretenimento é muito mais que diversão

Com o COVID-19 em alta, o impacto em diversos setores - como saúde e economia - age de forma severa. Isso não é diferente na indústria do entretenimento.


A preocupação em relação ao Coronavírus levou vários governos e autoridades a agir, tendo ampliado o cancelamento do número de grandes eventos no mundo todo. Esta torna-se uma medida que ameaça a indústria do entretenimento com a economia em estado caótico.


Um dos principais museus do mundo, o Louvre, em Paris, anunciou que restringirá seu acesso a pessoas que tenham comprado o ingresso online e/ou possuem entrada gratuita - como menores de 18 anos, pessoas com deficiência e professores franceses.


O Ministério da Cultura Espanhol anunciou que o Museu do Prado, a principal mostra da Espanha, e todos os centros de cultura vinculados a ele ficarão fechados até novo aviso. Entre as instituições afetadas pela medida estão o Museu Reina Sofia, a Filmoteca Espanhola, o Museu Arqueológico, o Museu Cerralbo e o Museu Thyssen-Bornemisza, localizados em Madri.


A Bienal de Arquitetura de Veneza, considerada o maior evento mundial do setor e que estava prevista para maio, também será adiada - esta, para agosto.


Grandes eventos musicais também foram cancelados, incluindo o Ultra Music Festival de música eletrônica em Miami. Além disso, alguns foram “apenas” postergados, como o Lollapalooza e o Coachella.


O Coachella, adiado para outubro, movimenta entre US$ 75 milhões e US$ 100 milhões por ano. Por enquanto, o evento foi apenas adiado, mas, se cancelado, o pagamento do seguro poderá variar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões.


No cinema, diversos estúdios já anunciaram o adiamento de estreias de filmes, sejam eles longas nacionais, sejam estrangeiros, como Um Lugar Silencioso - parte 2, Velozes e Furiosos 9, A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou meus Pais.


Já as estreias não adiadas a tempo, portanto realizadas nas últimas 3 semanas, foram extremamente afetadas, rendendo uma das piores baixas na bilheteria da história! Nos Estados Unidos, o final de semana passado representou o pior dos últimos 20 anos.


No Brasil, a situação não se encontra diferente: eventos de grande porte, como o festival de música LollaPalooza, Virada Cultural e a maior feira de arte da América Latina, realizada no Pavilhão da Bienal, estão com as datas adiadas até o segundo semestre.


Um dos maiores patrimônios socioculturais do nosso país, as novelas, também entrou na enorme lista dos projetos impactados pelo vírus. As gravações foram, em sua maioria, canceladas até segunda ordem, bem como o público presente nos programas de auditório - como o Domingão do Faustão e o Caldeirão do Huck.


As consequências econômicas de adiar ou cancelar grandes festivais e eventos vão além de promotores e artistas, podendo ser devastadoras para os funcionários e pequenos empresários que dependem dos negócios semanais e não tem grandes fundos de reserva.


O problema se estende para dramaturgia televisional, teatral e para as grandes e pequenas produções cinematográficas, atingindo todos de maneira semelhante.


Segundo o IBGE, quase 50% dos trabalhadores por trás das produções entretenimentais não trabalham com carteira assinada. Considerando que mais de 5 milhões de pessoas trabalham no setor cultural do Brasil, aproximadamente 2,5 milhões de brasileiros estão completamente sem previsão quanto à geração de renda nos próximos meses.


Os gigantes de SVOD, como Netflix e Amazon Prime, também foram impactados - estes, positiva e negativamente. Com algumas produções pausadas ainda sem definição de data para a retomada, a Netflix se mantém de cabeça erguida com um aumento na audiência - assim como Amazon, Globoplay e a televisão em geral (de canais abertos e pagos, como Net, SKY, Vivo e Oi).


Algumas iniciativas para a abertura de canais de entretenimento se destacaram: a SKY liberou os canais de mais de 70 emissoras; Claro/Net disponibilizou diversos canais jornalísticos e esportivos. Neste pacote, ambas chegaram a liberar os premium, como o grupo Telecine.


Mas claro que a Netflix não poderia ficar para trás… como sempre, a empresa está um passo à frente de todos…


Mais que disponibilizar entretenimento para os que ficam em casa, a gigante dos streamings criou um fundo de 100 milhões de dólares para auxiliar trabalhadores da produção cinematográfica e televisiva impactados pela pandemia. Esta lista não se restringe apenas ao elenco e diretores/produtores, mas engloba eletricistas, carpinteiros, motoristas e demais profissões do setor que costumam receber por hora trabalhada no set.


Dos 100, US$15 milhões serão direcionados a terceiros e organizações sem fins lucrativos envolvidas na assistência a equipes recentemente desempregadas em decorrência do COVID-19.


Ainda é cedo para apresentarmos os reais impactos da pandemia no mundo do entretenimento, mas sabemos que eles são diversos e já se mostram bastante significativos.


Fique ligado aqui no blog e nas nossas redes sociais! Em breve, mais informações interessantes para você :)



- Juliana Scarpi










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