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De Wuhan para o mundo

Sim, vamos falar mais um pouco sobre o tal vírus do momento... mas nada dessas coisinhas de prevenção, cuidados, casos suspeitos, casos confirmados, etc! Bora falar sobre o impacto desse vírus no mercado financeiro e de bens de consumo – de uma maneira bem coloquial para todos entenderem sem estresse.


Diversos índices de bolsas de valores enfrentaram recentes quedas: Dow Jones, Nasdaq Composite, Nikkei, Ibovespa, além de outras bolsas, como as de Paris, Milão, Frankfurt e Londres.


Por conta disso, muitos investidores estão mais cautelosos em relação à renda variável. Nos Estados Unidos, o aumento da procura por títulos do tesouro americano tem crescido, gerando uma alta mais alta ainda no dólar!


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) até refez a previsão de crescimento da economia mundial, reduzindo 0,5% - passou de 2,9% para 2,4%, menor expansão desde 2009 (quando do grande impacto da crise de 2008).

Ok, mas e aí, qual o impacto disso tudo no Brasil?


Seguinte: a China é um dos principais “clientes” do Brasil no que diz respeito às nossas exportações. Minério de ferro, soja e petróleo são ativos valiosíssimos para o nosso país e sempre representam um percentual gigantesco nas nossas vendas externas – quase 80% em 2019.


Com o mercado consumidor chinês extremamente desaquecido e o mercado produtivo quase que parado em diversos setores, nossas exportações caem – e não é pouco... O impacto no nosso dia a dia está mais próximo do que parece e não se resume “apenas” à infecção da doença.


Além disso, importamos muitos produtos chineses. Estes estão constantemente presentes na nossa vida: são insumos usados na produção de eletroeletrônicos (LG já está cogitando suspender atividades da fábrica de Taubaté em março) e medicamentos. Vamos para a lei básica da oferta e demanda: se a demanda se mantém, mas a oferta se torna escassa, o preço faz o que? Sobe! Então pode até ser que não chegue a faltar produto (torcemos!!!), mas certamente a produção tornar-se-á mais cara.


Com tuuudo isso, o Boletim Focus atualizou a sua expectativa de crescimento do PIB Brasileiro, reduzida de 2,31% para 2,17%, também pelos impactos sofridos nas ações de diversas grandes empresas brasileiras, que tiveram quedas absurdas: Vale, Gerdau, CSN, Petrobrás, Usiminas, Suzano, Embraer... e até os grandes bancos, como Itaú, Bradesco e Santander.


Mas calma lá que tem gente se dando bem com tudo isso! A procura por máscaras de proteção e álcool em gel cresceu demais nessas últimas semanas. Leonardo Ferreira, CEO da CNA (Companhia Nacional da Álcool, produtora das marcas Zulu, Coperalcool e Zumbi), afirmou que a demanda de fevereiro superou os meses mais críticos de 2016 – ano fatídico dos casos de H1N1.


Hoje, o álcool em gel representa cerca de 10% do faturamento da CNA, mas a perspectiva é que passe para 15% - quem sabe até 20%.


Aqui no Brasil, ainda é possível encontrar estes produtos, mas em alguns países asiáticos, as máscaras estão em falta. Chineses que moram no exterior têm comprado máscaras para enviar a seus familiares na China e até mesmo revende-las online!!! Aliás, muitas lojas que vendem seus produtos pelo Alibaba e pela Amazon tiveram seus estoques esgotados.


Mas claro que o ser humano não decepciona e parte para a criatividade: o uso de sutiãs na região do nariz e boca. E o mais chocante: não é de todo errado! Em 2003, durante a epidemia de SARS, muita gente usou os sutiãs e acredita-se que tenha sido, de certa forma, eficaz na prevenção.


Por incrível que pareça, nem todo mundo conhece os cuidados necessários para evitar doenças como o Coronavírus. Por conta disso, o Governo Brasileiro produziu uma série de materiais que está sendo transmitida em diversos meios e veículos de comunicação para conscientizar a população sobre a nova (possível) epidemia. As campanhas foram ao ar na terça-feira, dia 03/03, e devem rodar até o final de março, podendo ser prolongadas a depender do caminhar da história toda...


Com o cenário incerto, nos resta ficar atentos para as perspectivas e cautelosos quanto ao cenário econômico-financeiro mundial.




- Carolina Manhães de Almeida



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